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Mulheres dominam mercado de Arquitetura e Urbanismo

Por Dino
7 mar 2018, 11h52

As mulheres dominam o mercado de Arquitetura e Urbanismo no Brasil. São mais de 97.093 arquitetas e urbanistas trabalhando hoje em todo o território nacional – 62,6% do total de profissionais, conforme dados do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU/BR). Sua presença se faz notar em várias cidades brasileiras: o Museu de Arte Moderna (MASP) de São Paulo, de Lina Bo Bardi; o Pavilhão Humanidade, instalação temporária realizada no Forte de Copacabana em 2012, de Carla Juaçaba; o restaurante Nau em Brasília, de Sandra Moura; o Museu da Cachaça em Salina (MG), de Jô Vasconcellos; e o Parque do Vale do Anhangabaú em São Paulo, de Rosa Kliass.

Arquitetas e urbanistas desempenham um amplo leque de atividades, aproveitando a diversidade de opções de trabalho que a profissão oferece. As principais atividades realizadas por elas são as de projeto (55% do total). Execução de obras, trabalho normalmente associado ao universo masculino, responde por 32% das atividades realizadas pelas arquitetas e urbanistas. Outros 9% são serviços de laudo, vistoria, perícia, avaliação, consultoria, assessoria técnica, etc. Com talento, dedicação intelectual e muito trabalho pesado, elas vêm vencendo preconceitos e barreiras. “Quando isso acontece, ignoro o preconceito e me imponho pelo conhecimento técnico e profissionalismo. Sempre dá certo”, afirma a arquiteta e urbanista Eloisa Vicari, dona de um escritório em Campo Grande (MS). “Acredito que nós mulheres estamos abrindo mercado por competência, única e exclusivamente”.
Um exemplo é a arquiteta e urbanista Carla Joaçaba, do Rio de Janeiro, que é um dos destaques da Bienal de Arquitetura de Veneza deste ano. Ela é uma dos 71 profissionais selecionados para a exposição principal da Bienal, ao lado de lendas da profissão, como Paulo Mendes da Rocha. Em 2013, foi a primeira vencedora do Prêmio ArcVison – Mulheres e Arquitetura, comenda internacional dedicada às mulheres que mais se destacaram na profissão em todo o mundo. A arquiteta faz parte ainda do grupo de brasileiros indicados ao Prêmio Mies Crown Hall Americas de 2018, organizado pela Faculdade de Arquitetura do Instituto de Tecnologia de Illinois, em Chicago.
SUSTENTABILIDADE E INOVAÇÃO

A arquiteta Leiko Hama Motomura, por exemplo, conquistou seu espaço como autora do primeiro edifício da América Latina a receber o selo LEED, sistema de certificação e orientação ambiental de edificações mais usado no mundo. O Centro de Cultura Max Feffer, em Pardinho (SP), é considerado um exemplo de construção sustentável, com cobertura feita de bambus. Outro exemplo de reconhecimento internacional é a arquiteta e urbanista Mirna Lobo, que recebeu em 2016 o Prêmio Arquiteto em Função Pública, devido ao seu trabalho com o modelo de gestão e a base tecnológica de informação georreferenciada utilizadas pelo CAU/BR. O prêmio é concedido pela Federação Pan-Americana de Associações de Arquitetos (FPPA), que congrega 32 associações de arquitetos e urbanistas de todas as Américas.
Já as arquitetas Fabricia Zulin e Renata Fragoso Coradin são responsáveis por conceber e acompanhar a execução das 98 unidades habitacionais do loteamento Canhema II, em Diadema, na região metropolitana de São Paulo (SP). As residências são destinadas às famílias que integram a Associação dos Moradores de Baixa Renda da Região Oeste de Diadema. “No acompanhamento de obras sempre ouvimos algum comentário pejorativo dos pedreiros, dizendo que somos muito ‘delicadas’, por exemplo”, afirma Renata. Ela e Fabrícia quiseram destacar a questão de gênero já no nome do escritório: Habitar Arquitetas Associadas. “Sempre vemos no mercado os escritórios de ‘arquitetos associados’, e por que não ‘arquitetas associadas’, no feminino?”.
MAIS LIDERANÇA
Nos próximos anos, a predominância feminina na Arquitetura e Urbanismo deve aumentar ainda mais: nas faixas mais jovens, com até 30 anos, as mulheres já representam 73% do total de arquitetos e urbanistas ativos. Na faixa mais numerosa, entre 30 e 40 anos, representam 65% da categoria. Elas só são minoria entre aqueles com mais de 60 anos. Mas ainda existem muitos espaços a serem ocupados, acredita a arquiteta Elisabete França, que trabalha na área de desenvolvimento habitacional e urbano no Estado de São Paulo.
“As mulheres precisam ocupar postos de liderança na Arquitetura. É preciso estimular a participação e a liderança política feminina, especialmente nas mais jovens”, afirma. Ela destaca o papel importante dos concursos públicos de projeto na criação de oportunidades para as mulheres. “Ninguém sabe quem está concorrendo e o julgamento acontece independentemente de gênero e de idade. O concurso da sede do CAU/BR e do IAB/DF, do qual participei do júri, é um exemplo disso: venceu um escritório chefiado por uma arquiteta jovem”.
Fonte: exame.abril.com.br

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